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Chanel 5 usa planta ameaçada da Amazônia

Um dos perfumes mais famosos no mundo inteiro é o perfume francês Chanel Nº 5, que utiliza recursos de uma árvore chamada pau-rosa, planta ameaçada de extinção.

O linalol, óleo extraído da planta, que pode crescer até 30 metros, é um componente importante na fabricação do famoso perfume francês. O item, que somente é encontrado na Amazônia, foi fortemente explorado no último século, especialmente na década de 60, quando foi o terceiro produto mais exportado do país. A extração sem critérios, porém, fez com que a árvore ficasse ameaçada de extinção.

O risco fez com que, na década de 90, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibisse o corte e a extração do pau-rosa. Algumas empresas conseguiram na Justiça o direito de manter a exploração desta árvore e até hoje perfumistas do mundo inteiro usam a matéria-prima que vem da Amazônia.

Leia o trecho extraído do Livro “Amazônia – O povo das águas” de Pedro Martinelli.

“No início dos anos 20, o perfumista Ernest Beaux colocou diante da estilista Coco Chanel oito frascos com fragrâncias, identificadas apenas pelo número. Ela cheirou todas, escolheu a quinta e em 1921 foi lançado aquele que viria a ser o perfume mais conhecido e cobiçado do mundo: o Chanel Número 5. Exatamente como desde o lançamento, uma de suas matérias primas é o óleo de pau-rosa, madeira que continua sendo retirada do coração da Amazônia com métodos e condições que lembram o século XVI: à força bruta, sem energia elétrica, em empreitadas duríssimas.

É esse cheiro sublime que encerra seu encanto e sua perdição. É uma árvore grande, com média de 20 metros de altura. Para derrubar uma delas leva-se até uma hora. A madeira é dura e fica mais rígida à medida que se aproxima o miolo. O odor sutil e penetrante é exalado a cada golpe do machado.

Moendo e cozinhando a madeira, as usinas extraem o óleo, chamado linalol, que depois de embarcado para Manaus e dali para a Europa, Japão e Estados Unidos. Para completar as 60 toneladas de essência exportadas anualmente é preciso cortar cerca de 6.000 árvores. NENHUMA É PLANTADA. Com isso, o pau-rosa se tornou uma espécie em extinção. Das trinta usinas que funcionavam havia alguns anos no Amazônas, hoje existem apenas cinco.”

Fonte: Plenonews

Imagem pau-rosa: Plantasonya

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