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Prefeita italiana quer criar a 1ª cidade vegana da Itália

Com apenas 32 anos de idade e eleita recentemente prefeita de Turin, na Itália, Chiara Appendino apresentou o programa político de cinco anos de seu novo conselho, que inclui planos para reduzir a quantidade de produtos de origem animal consumidos na capital de Piemonte, priorizando a promoção da edução das gerações futuras quanto à questão.

Vegetariana há mais de duas décadas, Appendino venceu as eleições na cidade em junho, com 54% dos votos, pelo partido Movimento 5 Estrelas (M5S), segunda maior força política de Itália, conhecido pelo viés populista e extremamente ligado às causas ambientais.

“A difusão de dietas veganas e vegetarianas é fundamental para preservar nosso ambiente, a saúde dos nossos cidadãos e o bem-estar dos animais “, estabeleceu o programa.

Comidas com base em carnes e derivados de origem animal são parte da cultura italiana. No entanto, Chiara quer mudar essa tradição, estimulando novos hábitos veganos como destaque em sua administração.

Um estudo recente publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America indicou que se o mundo adotasse o vegetarianismo, 7,3 milhões de mortes seriam evitadas e US$ 1,06 trilhão por ano seriam economizados globalmente.

Projetos educacionais – Esta é a primeira vez que o incentivo a uma alimentação vegetal foi incluído entre os objetivos políticos de um governo local na Itália, segundo o The Local. Nas escolas, as crianças receberão informações sobre os direitos dos animais e serão incentivadas a enxergá-los como seres que também merecem respeito. E ainda terão aulas com noções básicas de nutrição e sobre o impacto deste tipo de consumo.

“Especialistas médicos, nutricionais e políticos irão contribuir para promover uma cultura de respeito nas nossas escolas, ensinar as crianças a comer bem enquanto protegem os direitos de terra e dos animais”, acrescenta o programa.

O plano da nova prefeita não agradou a todos da cidade, onde a maioria dos restaurantes ainda serve pratos tradicionais feitos com carnes e queijos locais, mas, com tempo, essa tendência deve diminuir.

Segundo a moradora da região Ele Coda, atualmente a cidade possui 30 restaurantes vegetarianos ou veganos, a maioria aberta nos últimos anos.

“Sou vegetariana há 20 anos e este plano é apenas uma evolução dos sistemas que estão em vigor há anos”, conclui a prefeita.

Através de projetos educacionais, as crianças deverão ter contato desde muito pequenas com conteúdos sobre bem-estar animal e nutrição. Mas, isso não significa que a cidade entrará em guerra contra a carne, mesmo que as piadas e oposição usem este tipo de argumento.

“Eu não gostaria de criar um contraste com a indústria da carne. Não queremos fechar pequenos estabelecimentos ou arruinar a vida das pessoas que trabalharam durante anos para desenvolver a comida e o vinho, patrimônios piemontês”, esclareceu a secretária Stefania Gianuzzi, em declaração ao jornal Corriere dela Sera.

Fonte: Ciclo Vivo

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