Égua de carruagem desmaia e morre em Nova York
Uma égua de carruagem, que atuava nas ruas de Nova York há menos de dois meses, desmaiou e morreu em um cruzamento movimentado de Manhattan, informaram as autoridades.
A égua, chamada Lady, tinha 15 anos e foi encontrada inconsciente por volta das 14h30 do dia 5 de agosto, na esquina da 11ª Avenida com a Rua 51 Oeste, por policiais que respondiam a uma chamada de emergência. Ela foi levada a um estábulo no bairro de Hell’s Kitchen, onde foi declarada morta.
Segundo a polícia, não há indícios de crime relacionados à morte. O Departamento de Saúde da cidade, responsável pela regulamentação das carruagens, abriu uma investigação. Uma necropsia será realizada para identificar a causa da morte.
O uso de carruagens puxadas por cavalos em Nova York — considerado por alguns um charme do velho mundo e, por outros, uma forma de crueldade animal — continua sendo tema de controvérsia política. A morte de Lady reacendeu o debate sobre a permanência dessa atividade na cidade.
Edita Birnkrant, diretora executiva da organização de defesa animal NYCLASS, acusou a prefeitura e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes, que representa os condutores das carruagens, de compactuarem com o que chamou de maus-tratos aos cerca de 200 cavalos que circulam pelo Central Park. Os passeios custam atualmente US$ 72,22 pelos primeiros 20 minutos e US$ 28,89 por cada 10 minutos adicionais.
“Nossa cidade está protegendo o abuso de animais, em vez de proteger os animais do abuso”, disse Birnkrant.
Lady teria sido o primeiro cavalo de carruagem a desmaiar e morrer em serviço desde Charlie, também de 15 anos, em 2011. Birnkrant afirmou ainda que outros cavalos teriam morrido fora da vista do público em decorrência das condições de trabalho.
Ela criticou diretamente o prefeito Eric Adams e Adrienne Adams, presidente do Conselho Municipal, por não apoiarem o projeto de lei conhecido como Lei Ryder — batizado em homenagem ao cavalo que desmaiou em uma rua de Hell’s Kitchen em 2022. A proposta prevê a proibição de carruagens puxadas por cavalos a partir de junho de 2026 e substituí-las por alternativas elétricas.
A morte de Lady ocorreu cerca de duas semanas após um júri de Manhattan absolver Ian McKeever, condutor de Ryder, da acusação de crueldade animal.
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As declarações de Birnkrant foram rebatidas pela prefeitura. “Estamos investigando este incidente preocupante”, afirmou o porta-voz do prefeito, Zachary Nosanchuk. “Trabalharemos sempre para garantir a segurança e o bem-estar de todos os nova-iorquinos — inclusive os animais.”
Mara Davis, porta-voz da presidente do Conselho Municipal, classificou o episódio como “trágico”. Segundo ela, o projeto da Lei Ryder segue em tramitação e está sujeito ao processo legislativo, que permite a participação de todas as partes interessadas.
Christina Hansen, condutora de carruagem e porta-voz do setor, informou que Lady voltava para o estábulo após realizar dois passeios na terça-feira. A égua chegou à cidade em junho e vinha trabalhando há cerca de seis semanas, após ser aprovada em um exame físico sem constatação de problemas de saúde.
Segundo Hansen, embora Lady tivesse 15 anos — considerada uma idade relativamente jovem para cavalos — ainda não é possível estabelecer qualquer ligação entre sua morte e a atividade que exercia.
Fontes: Oglobo e Umsoplaneta

