Grupo difunde o veganismo e luta contra vaquejadas no Ceará
Cearenses criaram um grupo para difundir o veganismo e lutar, na medida do possível, contra todas as formas de exploração e de crueldade de animais no estado. O “Ceará Vegano” reúne pessoas que se interessam pelo tema e organizam ações para levar ao público.
“A maior parte das decisões é tomada em conversas pelas redes sociais. Estudamos, lemos bastante e organizamos ações para a abolição da escravidão animal”, explica Aline Erthal, membro do grupo, que iniciou as atividades no Facebook em 15 de janeiro. A fanpage conta com mais de 500 curtidas, e as publicações, segundo o grupo, têm a intenção de conscientizar a população sobre a urgência de acabar com a exploração dos animais.
As reuniões de estudo são abertas aos interessados e realizadas de forma presencial, quinzenalmente. “Para que os assuntos sejam discutidos com seriedade e para que todos acompanhem as discussões, disponibilizamos antecipadamente o tema e alguns materiais de apoio. As reuniões acontecem aos domingos, geralmente, às 16h, em um local definido pelo grupo e divulgado na página do Facebook”, afirma.
Além do grupo de estudos, que possui 10 integrantes, ainda é feito um piquenique vegano, intitulado “Veganic”, a cada dois meses. “É sempre ao ar livre, em alguma praça de Fortaleza, e contamos com a participação de pessoas veganas e não-veganas”. No encontro, cada participante leva um prato de comida sem ingrediente animal ou que não tenha sido testado em animais, estimulando que os integrantes se arrisquem na cozinha e aprendam receitas veganas. ”, comemora Aline.
O objetivo do grupo é lutar pelo fim das práticas alimentar, esportiva, de lazer ou de trabalho, que usem os animais. “No caso da alimentação, é um fato científico estabelecido que o ser humano não necessita de alimentos de origem animal para ter uma saúde perfeita. Pelo contrário, evidências fortes vêm se acumulando contra o consumo de alimentos de origem animal e a favor de uma dieta de origem vegetal. Entendemos que os animais existem por suas próprias razões e que não nos pertencem. Sendo assim, devem viver livres, sem a nossa interferência”
Uma das ações do Ceará Vegano é lutar contra as vaquejadas realizadas no estado. “No caso da vaquejada, temos um abuso de animais que serve apenas para entretenimento humano. Portanto, do ponto de vista moral, a vaquejada não é diferente da rinha de galos, do comportamento de alguém que agride gatos por considerar aquilo divertido ou do consumo de animais como alimento”.
Eduardo Pacheco, sócio-fundador da Associação Brasileira das Advogadas e Advogados Animalistas (Abraa) e membro do Grupo de Estudos de Direitos Animais da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Geda), criou uma petição online, que já conta com mais de 4 mil assinaturas.
O grupo Ceará Vegano atua em conjunto, divulgando a petição na fanpage. Para eles, tentar mudar a visão das pessoas em relação à vaquejada já é um grande passo. “Se é verdade que animais não podem fazer poesia ou construir prédios, também o é que, em relação à capacidade de sofrer, somos iguais”, conclui Eduardo Pacheco.
Fonte: Tribuna do Ceará