Universitária vegana é vítima de ataques
A estudante de direito Melis Layik, de 18 anos, sofreu ataques por ser vegana e ativista pelos direitos animais. Um homem, ainda não identificado, deixou o coração de um cavalo, um fígado e restos mortais, como miúdos, em frente ao apartamento onde ela mora. O caso aconteceu em um prédio destinado aos alunos da universidade de Monash, no campus de Clayton, subúrbio da cidade de Melbourne, na Austrália.
Antes do ataque, o homem vinha fazendo ameaças à universitária. “Odeio veganos”, escreveu em um dos e-mails enviados a ela. Mensagens intimidativas nas redes sociais de Melis também foram publicadas por ele.
Pedaços de carne apodrecida foram atirados no vidro da janela do apartamento. Além disso, o homem invadiu o quarto de Melis e urinou no chão.
“Sou vegana. Não como carne de origem animal nem uso nada de origem animal porque sou contra os maus-tratos aos animais mortos por empresas”, diz ela. “Luto pelos direitos dos animais. Por isso fui atacada?”.
Em um dos ataques, o homem escalou o prédio até a janela do quarto da estudante e, enquanto ela dormia, jogou um pedaço de carne para dentro. “Ele deixou um bilhete dizendo que sou ‘uma vegana estúpida’”, conta Melis ao afirmar que não se sente confortável nem segura em morar no local.
“O bilhete tem a mesma letra dos que encontrei em outros ataques. Diz que eu não deveria ser vegetariana, nem defender os direitos de quem é vegano. Foi uma série aleatória de ataques, o que me deixa aterrorizada”, lamenta.
Os ataques foram denunciados à faculdade, mas, segundo a universitária, nada foi feito até agora. Por essa razão, e após agendar reuniões com a direção sem sucesso, ela tentou mudar para outro campus, porém não conseguiu. Melis teme que o agressor a persiga. “Ele tem acesso às minhas redes sociais. Por isso avisei a polícia para monitorar”, disse. A universidade afirmou, em comunicado, que irá apurar a responsabilidade pelos ataques.
“Ele só me culpa por ser vegana e por defender esse estilo de vida”, conta a jovem que, além de denunciar o caso à polícia, também o divulgou nas redes sociais, segundo ela, como forma de se proteger por considerar o homem imprevisível.
“Parece que há algo mais que ainda não descobri e nem quero descobrir”, diz Miles, que considera o homem como “alguém com claros sinais de psicopatia”.
Ela acredita que os ataques estão sendo feitos para assustá-la. Mas, como o homem age à noite e já invadiu seu apartamento, ela se preocupa com a possibilidade de algo pior acontecer. “Temo também pelos alunos da faculdade. Há outros que são veganos como eu e participam de encontros para debater e trocar ideias sobre o tema”, conclui.