Veterinários ajudam animais atingidos pelo fogo em Portugal
Ração e medicamentos para os animais são os principais produtos que a Ordem dos Médicos Veterinários está a fazer chegar às zonas afetadas pelo incêndio em Pedrógão Grande, Portugal.
De acordo com o bastonário desta Ordem, Jorge Cid, mal se conheceu a dimensão do fogo, muitos veterinários ofereceram-se para ajudar, assim como outras organizações que solicitaram a este organismo a coordenação da ajuda.
“Imediatamente após o conhecimento do incêndio, contactei o ministro da Agricultura e falei com várias entidades para saber qual a melhor ajuda a dar. Foi criado um grupo de trabalho para disponibilizar o que fosse possível, o que está a acontecer”, disse.
O bastonário sublinha a “onda de solidariedade da classe veterinária” que ainda não parou de se oferecer para ajudar e está disponível para ir para o terreno.
Outros organismos têm contribuído para esta ajuda coordenada pela Ordem, como a Autoridade Nacional de Proteção Civil, a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, a Santa Casa da Misericórdia da região, veterinários municipais e de Centros de Atendimento Médico Veterinários.
A campanha de crowdfunding criada para angariar fundos de ajuda aos animais afectados pelo incêndio de Pedrógão Grande já conta mais de 500 euros. Lançada pela Petable, start-up portuguesa responsável por uma aplicação de medicina preventiva animal, a campanha visa recolher donativos para salvar, tratar e acolher as vítimas não-humanas.
O objectivo é chegar aos mil euros de donativos, a ser entregues a associações, clínicas e médicos veterinários de Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos. “A nossa ideia é garantir que este dinheiro vá chegar, depois, de acordo com as necessidades que nos comunicarem”, explica Cristina Crespo, da Petable, ao P3.
Em contacto com a Ordem dos Médicos Veterinários — que está em contacto com as autoridades e entidades locais — e com profissionais da zona afectada pelos incêndios, a equipa da Petable percebeu que, para já, os animais têm tudo o que é necessário. No entanto, como são tratamentos que podem demorar algum tempo, podem deixar de ter acompanhamento. “Há pessoas suficientes agora, mas a ajuda vai faltar.”
Para prevenir que cães, gatos e outros animais que sobreviveram às chamas deixem de ter ajuda, os fundos angariados vão ser distribuídos conforme as necessidades. As clínicas VetFigueiró e Zoo Saúde, continua Cristina, estão no terreno a prestar cuidados e a informar a Petable sobre aquilo que necessitam, desde famílias de acolhimento para os animais que ficaram sem casa a ração. Estas, juntamente com o abrigo animal local, Pegadas e Bigodes, serão os principais receptores do apoio financeiro angariado pela campanha.