Em Pauta

Na Virgin, companhia área de Richard Branson, nenhum prato ou lanche com carne é servido

Há pouco mais de um ano, nenhum prato ou lanche com carne é servido nos voos da Virgin, companhia área de Richard Branson, bem como nos hotéis e trens do mesmo grupo.

O motivo está atrelado, não apenas à decisão do empresário de tornar-se vegetariano, mas à convicção de que seu negócio gera um menor impacto ao meio ambiente desde então.

“Há cinco anos me reuni com quatro amigos empresários para pensar em como ajudar a conservar a Floresta Amazônica e conclui que poderia ajudar a partir de minhas empresas”, disse ele em um evento sobre nova economia promovido hoje, pela Natura.

A agropecuária nacional é apontada como a principal causa do desmatamento da Amazônia.

Branson contou que inicialmente a companhia fez testes para entender como os clientes se comportariam frente à iniciativa. Metade das refeições servidas em sua companhia aérea continha carne no cardápio e a outra metade não.

Depois de um ano, nenhum passageiro havia reclamado da mudança e, com isso, todo o menu a bordo virou vegetarian,  a mesma abordagem feita depois nos hotéis e trens da marca.

“No período, apenas um casal de hóspedes de um dos hotéis fez questão de comer carne e nós, claro, servimos, não há problema algum nisso”, afirmou Branson. “No entanto, essa decisão é um exemplo de como as empresas podem dar uma contribuição maior ao mundo”.

Para ele, se antes as grandes decisões eram tomadas apenas por líderes políticos, hoje há uma consciência maior do que precisa ser feito e as pessoas passaram a melhorar o mundo, seja na relação com os outros, seja como um consumidor mais exigente com a origem dos produtos.

“É um pecado saber da mudança climática que ameaça a existência do Planeta sem defender a preservação da Floresta Amazônica”, comentou ele ao lado de um dos fundadores da Natura, Guilherme Leal.

Além de concordar com Branson, Leal também falou da grande preocupação que o país tem hoje com a possível aprovação de medidas provisórias sobre vendas de terras na região.

“Existem possibilidades de muitos negócios gerados com a floresta em pé e é importante o governo proteger os avanços que tivemos para a preservação da Amazônia”, disse ele.

Na opinião de Branson, essa mudança de paradigma traz, aos poucos, uma sociedade melhor e também governos melhores. Um bom exemplo disso é a China ter proibido a compra de produtos de marfins, enquanto avança os investimentos em energia limpa. Já os Estados Unidos foi o modelo usado como o que há de mais retrógrado atualmente.

“O acordo mundial de emissão de carbono foi rasgado por ele (presidente Donald Trump) e tenho certeza que muitos americanos sentem vergonha por isso”, afirmou Branson.

O preço da energia solar está quase igual ao do carvão, então por que ainda defender que a população trabalhe em algo que causa danos a elas e ao meio ambiente, questionou ainda.

“Como um homem como Trump chegou a presidência dos Estados Unidos é preocupante para todos”, afirmou o empresário. “Ele promete vingança a todos que o contrariam, mas é preciso falar sobre isso”.

A sugestão do empresário é que os países repensem como os tributos são cobrados, com o objetivo de incentivar negócios que causem menos dano social e ambiental. Para tanto, empresas que trazem impacto negativo a todos, como a de bebidas e tabagismo, pagariam mais impostos do que uma produtora de alimentos orgânicos, por exemplo.

Fonte: Exame

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