O poder dos probióticos para saúde
Bactérias dentro do nosso corpo nem sempre são sinal de doença. Muito pelo contrário: cada milímetro quadrado de um intestino saudável deve ter cerca de 10 bilhões de micro-organismos vivendo nele para funcionar corretamente. Essa é a chamada flora intestinal, que, em muitos casos, têm seu número reduzido, seja por alguma enfermidade, seja pelo uso de antibióticos. Isso não apenas dificulta a digestão, como torna o aparelho digestivo vulnerável ao ataque de micro-organismos nocivos.
Os probióticos, conforme explica a nutricionista Cátia Ruthner, do W Spa, são micro-organismos como lactobacilos ou bifidobactérias que estimulam os sistemas imunológico, digestivo e urinário, além de ter impactos reais na pele.
Na pele, os probióticos interagem com os “receptores celulares da pele para modular a resposta imune, ajudando a diminuir a inflamação da pele. Eles reforçam a barreira protetora natural do tecido cutâneo”, explica Assed e, por isso, ajudam a recuperar peles sensíveis.”
Quando ingeridos, vão para o intestino e ali se integram à flora já existente. “Não se fixam ali, mas auxiliam no trabalho de absorção de nutrientes, tais como cálcio, ferro, vitaminas do complexo B “, explica a dermatologista. No sistema imunológico, os probióticos também atuam como fortalecedores, ajudando a prevenir doenças.
“As bactérias do gênero lactobacillus não são as mais numerosas, mas têm uma grande vantagem: podem ser ingeridas e ainda chegar vivas ao intestino, atravessando sem problemas o estômago, ambiente ácido onde a maioria dos micro-organismos não sobrevive”, diz o microbiologista Pedro Arcuri, da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), em Juiz de Fora, MG.
Quando as bactérias aparecem?
Ao contrário do que já se imaginou, hoje sabemos que o bebê não vem ao mundo sem uma microbiota. Mas esse conjunto de micro-organismos passa a se formar pra valer no nascimento. No parto normal, há transferência das bactérias da mãe para o filho.
O aleitamento materno é outro fator bem-vindo, enquanto o abuso de antibióticos não deixa a vizinhança tão amigável. Levar esses pontos em conta é essencial, porque a microbiota que carregamos pelo resto da vida se estabelece até uns 3 anos.
Vale a pena investir em versões manipuladas?
Em palestra durante o PreProSim, o médico Dan Waitzberg, da USP, frisou que as fórmulas de manipulação ainda não são as melhores opções para tirar proveito dos micro-organismos probióticos. “Não dá para saber de onde eles vieram”, justifica. Fora que os bichinhos podem se transformar em condições fora de controle, o que alteraria seu comportamento dentro do corpo.
Segundo ele, a junção de bactérias também requer bastante cautela. Não é porque são bacanas individualmente que serão excelentes em parceria. “Fazer misturas sem conhecer bem o assunto é feitiçaria, não medicina”, declara Waitzberg. Os itens industrializados seriam escolhas mais apropriadas, porque há laudos garantindo sua segurança. Mas, claro, o médico deve conhecer as bactérias minuciosamente, já que cada tipo tem uma função específica.
Onde encontrar os probióticos :
Iogurtes: hoje em dia há opções veganas com as bactérias boas
Cápsulas: além de protegerem bem as bactérias, são superfáceis de transportar
Iogurte caseiro: É possível fazer iogurte caseiro vegano, com leite vegetal
Sachês: o nitrogênio mantém os bichinhos vivos. É só dissolver o pó na água ou ingerir direto
Alimentos: kefir, kombucha, chucrute, picles e demais bebidas fermentadas possuem probióticos
É importante lembrar que além do consumo de probióticos na forma de suplementos ou de alimentos ricos nessas bactérias, também é importante manter uma alimentação saudável e rica em fibras, pois as fibras são os principais alimentos para os probióticos, favorecendo sua sobrevivência no intestino.
Diferença entre Prebiótico e Probiótico
Enquanto os probióticos são bactérias saudáveis que povoam o intestino, os prebióticos são fibras que servem de alimentos para os probióticos e que favorecem a sua sobrevivência e proliferação no intestino. Alguns exemplos de prebióticos naturais são aveia, cebola, alho, banana verde e biomassa de banana verde.
Fontes: Revista MarieClaire