Em Pauta

Menino que se recusava a comer animais ajudou a tornar a família vegetariana

O menino Nélson,  7 anos, sempre adorou animais. Desde pequeno diz que vai ser médico de bichos,  vê o canal National Geographic religiosamente, e  sabe tudo sobre animais, o que comem, quanto pesam. Há anos não queria comer carne. E não comia!  Desde os 4 anos a mãe preparava carne, mas ele não comia.

Diz a mãe que sempre tiveram animais, como gatos, cadelas, um porquinho-da-índia e um coelho. Uma vez quase perderam o autocarro (ônibus) porque ele voltou para trás para salvar uma lesma, que estava no passeio.

O irmão António, 6 anos, sempre comeu de tudo apesar de o irmão ter  crises à frente dele. Começaram aos 3 anos: ele olhava para o prato e perguntava o que era. Quando lhe dizia que era porco, frango, vaca ou peru, perguntava de volta: “Mas porque é que eu tenho de comer os animais?” Respondia-lhe que era assim, falava-lhe nos leões, que também caçam, na história da cadeia alimentar, mas ele acabava sempre a dizer que não queria comer animais porque havia mais coisas que podíamos comer. Peixe, por exemplo, que sempre lhe fez menos confusão. Acho que ele pensava que a morte era menos violenta.

Durante alguns anos ainda foi comendo frango assado, e gostava. Mas nunca deixou de perguntar porque é que tinha de comer animais mortos. Só me lembrava de lhe dizer que vivos eram muito difíceis de mastigar!

Uma situação que fez a mãe do menino despertar para a possibilidade de deixarem de comer carne ocorreu quando ele percebeu que tinha comido vitela, na escola. “Não acredito que comi um bebé morto!” Nessa noite teve um pesadelo e tudo.

Outro episódio foi quando viu no balcão do talho (açougue) do supermercado três coelhos esfolados. Olhou para mim com um ar tão triste, as lágrimas caíam-lhe e de repente começou a correr. Encontrei-o escondido no corredor da roupa, encolhido e a chorar: “Mas porque é que têm de fazer isto aos animais?”, perguntou.

A família vive em La Ravoire, perto dos Alpes franceses, sairam de Portugal há três anos e nessa região há muitos  biológicos. O problema é que ou se compra bio, que é caro, ou se vai ao supermercado, onde só há aquilo que vemos nos documentários: a carne que vem de fábricas onde os animais nunca vêem a luz do dia e são criados para a engorda, com antibióticos e hormonas. Começou a fazer-me confusão saber que estava a pôr isso dentro do meu corpo, pior, dentro dos corpos dos meus filhos, conta a mãe.

Antes de avançar com a mudança, ela  investigou e aderiu a grupos no Facebook, sobretudo ao Crescer Vegetariano. Pediu ajuda a amigos que são vegetarianos há 13 anos, que têm dois filhos que nunca comeram carne e que são crianças normais, nunca tiveram carências nem problemas de desenvolvimento. Só tendo de tomar um suplemento de vitamina B12.

Ânia conta que Desmistificou muita coisa. Percebeu que o vegetarianismo não é soja, que  sequer  nem consomem e que não é mais caro. O que comem agora, porque tem montes de propriedades e coisas que não existem na carne, é muito mais rico. E o corpo reage a isso.  Começaram no dia 1 de Janeiro e já perdeu seis quilos. Nélson passou a ir para a cozinha com ela. que percebeu que o fato dela estar a cortar animais mortos o impedia de a ajudar

Ânia, também viu Cowspiracy: The Sustainability Secret, que estreou em Junho de 2014 nos EUA e acusa a indústria agro-pecuária de destruir o ambiente e está a “vegetarianizar” gente em todo o mundo.

“Não digo que todos se tornem vegetarianos, mas que ganhem consciência de que o consumo de carne afeta a saúde do planeta”, diz Ânia.

Fonte: Sabado PT

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