Óleo de palma é bom para saúde?
O óleo de palma é o óleo mais barato do mundo e por isso é o produto mais usado em produtos do dia-a-dia, como comidas, cosméticos, sabões, entre outros. Mas ele não só é prejudicial à saúde, como também a causa de um desastre ecológico.
O óleo de palma é um óleo vegetal extraído da fruta encontrada nas palmeiras (Elaesis guineensis). Metade dos alimentos industrializadas contém este óleo, porque dá uma maciez às comidas e facilita a sua conservação. Produtos desenvolvidos pela indústria alimentícia como batata-fritas, sopas liofilizadas, pastas, bolachas, leite em pó, sardinhas enlatadas, caldo de galinha, maionese, molho de tomate, molhos, cereais, barras de chocolate, sorvete, queijo, tortas, refeições instantâneas, pães e biscoitos o contém. No entanto, normalmente no rótulo, ele é identificado apenas como “óleo vegetal”, e é particularmente escolhido pelo seu baixo custo de produção. A indústria alimentícia utiliza mais de 75% do óleo de palma produzido no mundo. Já a indústria cosmética, consome cerca de 20% da produção mundial desse óleo, onde é usado na produção de sabonetes sólidos, mas é identificado como palmitato de sódio e ‘sodium palm kerenelate’ no rótulo. Também é utilizado como agente hidratante em cremes.
A alta lucratividade desse óleo atrai investidores e promove a substituição das florestas tropicais com a monocultura de palma, mas não sem causar problemas ecológicos significantes. A destruição de florestas tropicais acaba contribuindo para o aumento da produção de emissão de gases de efeito estufa e impacta a biodiversidade, pois reduz o habitat de várias espécies endêmicas, como os orangotangos. A cada ano, aproximadamente 5.000 desses macacos são vítimas desse tipo de exploração . Em 2007, foi estimado que 98% das florestas tropicais da Indonésia, o habitat natural dos orangotangos, irá desaparecer até 2022.
As florestas da Indonésia são frequentemente queimadas para abrir espaço para novas mudas da planta produtora do óleo de palma, e esses fogos causados propositalmente tem feito do local um dos principais produtores de CO2 do planeta!
O óleo de palma traz impactos para a saúde humana?
O óleo de palma refinado utilizado na indústria alimentícia está num estado oxidado que é resultado de processar o óleo para vários fins culinários, tem alto teor de gordura saturada e baixo teor de gordura poliinsaturada. Estudos têm revelado que, comparado ao óleo de palma fresco, o óleo de palma oxidado induz um perfil lipídico adverso, ácidos graxos livres, fosfolipídios e cerebrosídios, também pode causar toxicidade nos órgãos, principalmente nos rins, pulmões, fígado e coração.
Porém, o óleo de palma bruto (não refinado ou processado), é considerado um dos mais ricos em β-caroteno das comidas naturais, contendo até 15 vezes mais β-caroteno do que as cenouras! Ele também é um dos óleos mais ricos em vitamina E (tocoferóis), mas estes níveis de vitamina se reduzem drasticamente após o refinamento, aquecimento e cozimento do óleo, o que é infelizmente o caso na comida industrializada.
Podem ser encontradas soluções?
O óleo de palma sustentável(“sustainable palm oil”)[1] é uma certificação que foi iniciada em 2005 e as plantações têm beneficiado do título desde 2008 (RSPO: Roundtable on Sustainable Palm Oil). Compromissos para obter o certificado como sustentável incluem a proibição de desmatamento em algumas florestas, mas não em todas. De qualquer forma, muitas vozes se levantaram contra as violações das regras para plantações certificadas incluindo desmatamento de áreas protegidas. ONGs ecológicas também denunciaram o uso autorizado de pesticidas que foram banidos na Europa.
O consumidor pode exigir que a inclusão das palavras “contém óleo de palma” esteja em todos os produtos que o contenha. Podemos escolher não comprar produtos que o contenham (Procure na embalagem: ‘óleo vegetal’ pode ser óleo de palma). Podemos optar por produtos alternativos, na maioria das vezes eles são muito melhores para a sua saúde e sempre melhor para o meio ambiente.
Embora isso não previna o desmatamento, pode pelo menos temporariamente incentivar os agricultores a plantar palmeiras para cultivo de óleo de palma em terras degradadas ou convertidas, ao invés de queimar ou cortar as florestas principais.
É errado acreditar que comer comidas orgânicas irá nos manter livres do óleo de palma. Orgânico ou não, ele está incluso cada vez mais em produtos processados. Aprenda a ler os ingredientes no rótulo, cozinhe em casa mais vezes, e evite comidas “fast food”.
Fonte: Isfoundation