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Ursos são explorados para suposto tratamento contra a Covid-19

Ursos-da-lua (Ursus thibetanus), também conhecidos como ursos-negros-asiáticos, são vítimas frequentes da indústria de extração de bílis para a produção de supostos medicamentos da medicina tradicional asiática. A pandemia de Covid-19 deu novas justificativas para que esses animais sejam ainda mais torturados, maltratados e explorados para tratamentos retrógrados sem comprovações científicas.

Um levantamento feito pela National Geographic apontou que a espécie é a principal escolhida para a extração de bílis por conter altos níveis de ácido ursodesoxicólico, substância considerada eficaz para o tratamento de doenças no fígado humano e que também está presente no organismo de seres humanos e atua inibindo a síntese de colesterol no fígado.

Bílis de ursos também são comercializadas para tratamentos duvidosos contra a ressaca e a acne, segundo dados coletados pela organização Animals Asia. Os ursos explorados por essa indústria são mantidos em gaiolas minúsculas e têm suas bílias extraídas de forma cruel e invasiva através de um cateter inserido diretamente em seus corpos sem nenhum tipo de analgesia. Infecções dolorosas são comuns.

A prática é condenada há anos, mas ainda é realizada com frequência na Coreia do Sul. Um levantamento feito pela Associação Coreana de Bem-Estar Animal afirma que atualmente mais de 430 ursos são mantidos aprisionados distribuídos em cerca de 30 “fazendas de extração” do país. Esses locais são comuns em diversos países da Ásia, além de existirem locais clandestinos fora do radar de ativistas.

A expansão dessas “fazendas” ocorreu no início dos anos 80, quando o governo sul-coreano aprovou a criação de ursos para a extração de bílis como uma atividade econômica regulamentada. Desde então, milhares de ursos nasceram e morreram nesses locais. Em 1993 o governo tentou minimizar a atividade decretando a ilegalidade da caça e da exportação de ursos-da-lua, mas na prática nada mudou.

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A prática é realizada de forma tão exposta, que atualmente o dono da maior fazenda de ursos da Coreia do Sul anunciou que a bílis dos animais tem propriedades tão milagrosas que podem curar até mesmo a Covid-19. Ativistas em defesa dos direitos animais esclarecem que a informação é apenas uma atitude desesperada de marketing para reacender o interesse em uma atividade desprezada pelas gerações mais jovens.

Ativistas sul-coreanos salientam que a maior parte das fazendas de ursos está lutando para sobreviver em meio à medidas de conscientização sobre a ligação entre a exploração de animais e a propagação de doenças zoonóticas fatais. Investigações revelam que até 10 ursos dividem o mesmo espaço em celas minúsculas em condições deploráveis e degradantes.

Felizmente, gerações mais novas e conscientes enxergam a medicina tradicional asiática como um resquício de uma sociedade atrasada e bárbara e ajudam a dar fim a práticas cruéis que aprisionam e maltratam animais.

Fonte: ANDA

Imagem: Green Korea United

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