Moradores pegam carne de baleia para consumo, em praia de Salvador
O corpo da baleia jubarte que morreu após encalhar na praia do bairro de Coutos, em Salvador, continua no local aguardando retirada. A previsão é de que o serviço seja concluído ainda nesta semana. Enquanto isso, alguns moradores têm aproveitado para pegar pedaços do animal.
A baleia, encontrada com vida na sexta-feira (30), era adulta e tinha cerca de 15 metros de comprimento e 39 toneladas. Naquele dia, diversos moradores estiveram no local para jogar água nela. Equipes do Instituto Baleia Jubarte também prestaram atendimento, mas o animal morreu horas depois. Um dia antes, outra jubarte foi encontrada morta na praia de Plataforma, a cerca de oito quilômetros de Coutos.
Equipes da Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) foram acionadas para fazer a remoção do corpo da baleia logo após a confirmação da morte. Por conta da dimensão do animal, a previsão é de que o trabalho só seja concluído a partir da próxima quarta-feira, dia 4 de setembro.
Cerca de 44 homens atuam em esquema de revezamento. Apesar do número, o trabalho de retirada é feito aos poucos, por conta do difícil acesso à praia.
Os agentes precisam recortar pedaços da baleia, acomodar em um plástico, que é içado até a Av. Suburbana. De lá, é levado em caminhões para o Aterro Metropolitano.
Um dos moradores da região conta que tem retirado pedaços de carne da baleia para consumir.
“[peguei] Pra comer, meu amigo. A gente está passando uma crise. A gente está passando muita necessidade”, contou o homem.
Conforme a bióloga Luena Fernandes, do Instituto Baleia Jubarte, a recomendação é que a população não consuma nenhuma parte da baleia para evitar riscos de contaminação.
“A gente recomenda a população que não entre em contato direto com animal, que mantenha distância, muito menos consumi-lá”, pontuou.
Assista o vídeo:
Temporada de baleias – Um estudo do Projeto Baleia Jubarte, que acompanha há 30 anos o período reprodutivo dos animais, estima que cerca de 20 mil baleias jubarte devem passar pelo litoral da BA na temporada de reprodução.
Segundo o projeto, a temporada ocorre entre os meses de julho e novembro. Elas saem da região da Antártida, que passa por um inverno rigoroso, e se aproximam do litoral brasileiro por causa das águas quentes. As aparições são mais comuns no sul do estado.
Fonte: G1
Imagem capa: Cid Vaz/TV Bahia