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Mulher diz que gata morreu após comer folha de sementes vindas da China

Uma moradora de Itapetininga (SP) afirma que sua gata morreu depois de comer a folha de “sementes misteriosas” que recebeu ao fazer compras online em um site chinês. Não há, por ora, nenhum laudo veterinário ou comprovação científica que ligue a morte às sementes.

Mariza Silveira disse que comprou roupas no site e recebeu as sementes em um envelope antes das encomendas chegarem. Segundo ela, não havia nenhum endereço de remetente, mas na embalagem estavam escritos os termos “Express”, “China” e “gratuito”. Ela, então, plantou as sementes em um vaso.

“Comprei umas três vezes em um site chinês e acredito que pegaram meu endereço de lá. Não tem outra explicação. Então, plantei as sementes e comecei a ter problema quando a planta cresceu. A gata mais nova, de nove meses, começou a comer as folhas e ficar doente”, diz.

Segundo Mariza, a gata começou a passar mal ao comer a planta. Ela decidiu levar o animal até uma clínica veterinária. Exames foram feitos, mas nada de anormal foi constatado. O veterinário sugeriu a eutanásia alegando que havia muito líquido no abdômen da gata. Contudo, não foi possível identificar a causa da morte.

“O veterinário fez vários exames, de fígado, rim, e estava tudo normal, mas não tinha mais sangue no animal. A gata começou a emagrecer, inchar a barriga e não teve jeito. Teve que sacrificar”, afirma.

Ainda de acordo com Mariza, ela plantou todas as sementes e, por isso, não tem mais nenhuma que possa ser periciada.

“Plantei e jamais imaginei que poderia ser uma planta tóxica. Agora estou assustada. A gata comeu e suspeito que pode ser a folha que intoxicou minha gata”, diz.

Ela alega ainda que entrou em contato com a Secretaria de Agricultura, que pediu para não mexer mais no vaso e informou que enviará um agrônomo ao imóvel nos próximos dias.

A Prefeitura de Itapetininga disse que análises sobre as sementes devem ser feitas por órgãos estaduais que estão recebendo o material e também pelo Ministério da Agricultura. Ainda de acordo com a prefeitura, nenhuma denúncia relacionada ao caso foi recebida pela Secretaria Municipal de Agricultura, Agronegócio, Trabalho e Desenvolvimento.

Se receber sementes, saiba o que fazer – O Ministério da Agricultura informou que já recebeu 36 denúncias, em oito estados, sobre o envio de pacotes de sementes não solicitadas.

Essas sementes misteriosas normalmente vêm junto com produtos comprados pela internet, em sites ou aplicativos internacionais. Segundo o ministério, a origem das embalagens é de países asiáticos, como China e Malásia. Os chineses negam o envio e falam que as embalagens foram fraudadas.

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O Ministério da Agricultura reforça para que a população tenha cuidado e não abra encomendas de sementes não solicitadas, seja qual for o país de origem. Caso o cidadão receba as sementes, a orientação é que o material seja entregue em uma das unidades do ministério ou no órgão estadual de Defesa Agropecuária.

Em Itapetininga, a entrega pode ser feita diretamente no Escritório de Defesa Agropecuária, que fica na rua Cel. Pedro Dias Batista, 1405, Centro.

O pacote também não deve ser descartado no lixo para evitar que o contato das sementes com o solo cause prejuízos ao meio ambiente. O ministério informou que todo o material recolhido está sendo analisado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia, referência no país. Os técnicos querem descobrir a espécie da semente e se ela traz riscos à saúde.

Resposta da China – A embaixada da China no Brasil divulgou nota nesta quinta-feira (1/10) se disponibilizando a ajudar nas investigações sobre a origem das sementes chinesas enviadas ao país. Segundo a representação diplomática,“as etiquetas de endereçamento apresentam indícios de fraude, com erros no código de rastreamento e em outros dados”.

“Sementes são artigos de envio proibido ou restrito para os países membros da União Postal Universal (UPU). Os Correios da China seguem rigorosamente as disposições da UPU e vetam o transporte postal de sementes”, afirma a embaixada ao se colocar “disposta a cooperar com a investigação das autoridades brasileiras”.

Fontes: G1   /    Revista Globorural

Imagem: Fotos TVTEM

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