As diferenças entre o coco orgânico e o não orgânico na saúde
O coqueiro é uma rica fonte de alimento para os seres humanos, mas, também, para diversas espécies de insetos e ácaros, que uma vez instalados na planta são hospedeiros específicos da folhagem, das flores, dos frutos, do estipe ou das raízes.
Quando os coqueiros são plantados em grandes extensões de área (monoculturas), e manejados de forma convencional, não orgânica, esses organismos se proliferam de forma intensa, tornando-se pragas poderosas que causam danos aos coqueiros, que variam de atraso no desenvolvimento, perda ou atraso na produção, à morte da planta.
Para manter a sua rentabilidade elevada as propriedades que empregam práticas culturais convencionais em seus coqueirais se utilizam de um grande número de defensivos químicos (agrotóxicos) no combate a essas pragas.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA os agrotóxicos podem ser divididos, quanto ao modo de ação, entre sistêmicos e de contato. Os sistêmicos são aqueles que, quando aplicados no coqueiro, circulam através da seiva por todos os tecidos vegetais, de forma a se distribuir uniformemente e ampliar o seu tempo de ação. Os de contato são aqueles que agem externamente no coco e no coqueiro, tendo necessariamente que entrar em contato com a praga. Contudo, mesmo os de contato são também, em boa parte, absorvidos pelo coqueiro e pelo coco, penetrando em seu interior através de suas porosidades. Uma lavagem dos cocos em água corrente só poderia remover parte dos resíduos de agrotóxicos presentes na superfície dos mesmos. Os agrotóxicos sistêmicos, e uma parte dos de contato, por terem sido absorvidos por tecidos internos do coqueiro, caso ainda não tenham sido degradados pelo próprio metabolismo do vegetal, permanecerão no coco e nos alimentos deles derivados. Neste caso, uma vez contaminados com resíduos de agrotóxicos, estes alimentos levarão o consumidor a ingerir resíduos de agrotóxicos.
Conforme a ANVISA, estudos científicos comprovam que se ultrapassarmos as quantidades diárias aceitáveis para consumo de agrotóxicos, as conseqüências poderão variar desde sintomas simples, como dores de cabeça, alergia e coceiras, até distúrbios do sistema nervoso central ou câncer, nos casos mais graves de exposição, como é o caso dos trabalhadores rurais.
Coco ralado, leite de coco e água de coco, entre outros alimentos obtidos do coco, podem conter resíduos de agrotóxicos, caso não tenham sido tomados os tratos culturais recomendados.
No caso específico do óleo de coco esse risco é potencializado, uma vez que para se obter apenas 1 litro é necessária a prensagem da polpa branca (amêndoa) de dezenas de cocos secos e maduros. Se os cocos que fornecem a polpa para a extração do óleo forem provenientes de coqueirais convencionais, muito provavelmente receberam grande carga de agrotóxicos de contato e sistêmicos que, se não tiverem sido cultivados com extremo rigor e acompanhamento técnico (o que é raro nos coqueirais dos países asiáticos ou mesmo do Nordeste brasileiro), poderão conter resíduos extremamente tóxicos para o ser humano, conforme advertem a Embrapa e a ANVISA. Basta um único coco com resíduos para contaminar todo o óleo.
A ANVISA recomenda optar por alimentos orgânicos certificados, que não utilizam fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e transgênicos no seu cultivo, não degradam os recursos naturais e valorizam o pequeno trabalhador rural. A orientação é procurar consumir produtos com a origem identificada e de preferência nacionais, pois possibilita o controle pelas autoridades governamentais brasileiras, aumenta o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos, com a adoção das boas práticas agrícolas, e garante condições para que o consumidor possa exigir os seus direitos de consumidor, caso necessário.
Água ou óleo de coco produzidos de forma orgânica com cocos saudáveis, cultivados segundo rigorosos padrões orgânicos e certificados por instituição idônea reconhecida internacionalmente, estão completamente livres desse risco, só promovendo bem estar e benefícios à saúde de quem os consome e, ainda, sem prejudicar a saúde dos trabalhadores rurais, a qualidade das águas, a fauna ou a flora. Além disso, são alimentos mais ricos em nutrientes, saborosos e estáveis, excelentes para o consumo direto.
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